©João J. A. Madeira |
Cláudia
Estou farta, cansada, extenuada.
Tremem-me as mãos em cada coisa que pego, arranha-se-me a garganta nas raras
vezes em que a minha boca se abre, quase definha asfixiado todo o meu interior que
tanto me pede para gritar sem que possa fazê-lo. Que faz aqui este meu corpo?
Que fazes tu aqui, Cláudia? Ah! Pudesse eu fugir, tivesse eu coragem de sair
porta fora e rasgar esta pele em ervas bravias, em espinhos sangrentos, entre
bichos de asco e de medo. Como deixei que para aqui me trouxessem? Como? Pára
de roer as unhas, Cláudia, pára! Já sabes quanto isso te desfeia as mãos, por
mais jóias que uses nelas. E, sobretudo, não chores. Já viste o resultado das
lágrimas na porosidade do teu rosto quando, ainda por cima, os cremes estão a
acabar? Sim, os cremes estão a acabar. Acreditarias nisto, mãe, se cá
estivesses ainda e pudesses ler o que escrevo? A tua filha, a menina que se fez
a mulher mais bela do bairro (da cidade até, como bem ouvimos um dia dizerem-me
na rua) a tua flor, como me chamavas, a deixar acabar os cremes de beleza? A
usar roupas mal engomadas, estragadas e debotadas por uma lavagem mal cuidada?
Imaginas a tua Cláudia, a refilona, a quedar-se calada perante tamanha ofensa?
De nada serve ser respondona aqui, ou mesmo malcriada. São muito mais agressivas
e grosseiras que nós as cabras das espanholas que nos tratam da roupa e limpam
o quarto. “No te entiendo”, “no podemos hablar”, “no podemos hablar”. Ninguém aqui
“habla” coisa alguma. Ninguém. O silêncio e um apressado desviar de olhares derrotam
todas as perguntas quase antes de serem proferidas. Mas pior, bem pior, é a pu…
não, não posso conspurcar este caderno, não devo marcar estas folhas com
obscenidades que contrariariam a senhora que sou, educada, simpática, culta e,
acima de tudo, extremamente bela, se acaso algum dia estas páginas forem lidas.
Mas aquela… aquela Ilda, encho-me de comichões ao escrever esse nome – não
coces, Cláudia, resiste, não te coces com essas unhas roídas. Recorda-te de
como te ficaram as pernas marcadas quando uma vez, distraidamente, o fizeste –
Não, não coço. Mas aquela mulher, aquela vadia, não é espanhola, é bem
portuguesa, uma minorca, uma caga-tacos que cresce nas ofensas a qualquer
residente. Tresanda a suor e, à semelhança do buço descuidado, devem
crescer-lhe nos sovacos autênticas barbas negras que nem um pirata ousaria
escanhoar. E é dessa fealdade descuidada, aliada às mais ordinárias expressões,
que se serve para nos calar as perguntas, rindo e imitando as mulheres da
manutenção: “no podemos hablar”. E nós calamo-nos, amochamos, resignamo-nos
àquela chantagem camuflada. Porque aquela ordinária era capaz de tudo, tenho a
certeza. De nos cuspir nos bifes, de nos urinar na sopa. Mas estou a adiantar-me,
a falar-vos de gente sem educação à qual entregaram a cozinha. Tem-nos na mão,
como nos tem na mão quem para aqui nos trouxe. Não sei como me iludi com isto. Não
sabemos onde estamos, receamos aprofundar, entre os residentes, quem somos e,
muito menos, por que razão estamos aqui. Mas é melhor começar pelo princípio.
Já o devia ter feito. Ou corro o risco de nada entender quem um dia encontrar
este caderno.
Acalma-te, Cláudia. Levanta-te por
momentos e descontrai. A varanda. Ao menos tens uma varanda. Sim, ao menos
tenho uma varanda. Dela aprecio o verde das árvores. Não sei que árvores são, nada
entendo do campo, mas estivesse eu noutras condições e desejaria correr entre
elas sem receios de ser maltratada. Mas as condições são estas, que eu aceitei,
e não quero, não consigo sequer imaginar o meu corpo invadido por mãos que toda
aquela verdura esconderia. Ou aquele trecho de rio do qual somente vislumbro
uma curva. Quem me reconheceria se nessa curva me achassem enleada em prováveis
cobras que – oh horror - me roeriam a pele? Esta minha pele que admiro no
espelho, esta pele que todos os homens desejam e as mulheres invejam.
Apetece-me despir-me. Ver-me nua e, melhor ainda, saber que alguém me vê. Gosto
que me vejam. E me desejem. E comigo fantasiem. A única coisa que os homens
levam de mim, a fantasia que lhes concedo. Eles não me merecem. Eles e aquelas
mãos peludas e nojentas com nascentes de suor, aquele resfolegar obsceno, eles,
por quem me enojo, satisfaçam-se pela vista, que pelo toque do meu corpo nunca.
Sim, apetece-me olhar-me nua, apaixonar-me por mim e saber que só eu serei
sempre minha, sem os medos que, desde que aqui estou, me invadem. Mas há um
caderno à minha espera, o único confessionário que encontrei quando descobri
não poder falar com ninguém porque ninguém falava comigo. Aqui, nestas folhas,
restará para o futuro esta letra que já foi redondamente bela e agora nada mais
mostra que um traçado incoerente de linhas que se embrulham como rolos de arame
carregados de farpas. Mas há uma história, a minha, por contar.
Eu tinha, tenho, um problema.
Perdoem, mas não vou escrever aqui aquilo de que sofro. Escrever é perpetuar e
o meu mal é somente uma falha, um pequeno erro na minha concepção e não
gostaria, no futuro, de ser avaliada por ele. Procurei-os por esse mal e por
constar serem bons. E caros. Mas dinheiro nunca me faltou, felizmente, e depois
de testes invasivos ao meu cérebro, ao meu coração, falaram-me de uma técnica inovadora
ainda em desenvolvimento. Acreditei, aceitei. E um dia vi-me entre eles numa
noite feita de estradas sem luz com rumo ao que me pareceu o fim do mundo, o
final dos tempos. Não percebi, nem me foi explicado, que terras cruzei para
aqui chegar. Durante a viagem, os meus haveres a meu lado completaram-se com os
seus conselhos. Nunca entabular conversas com o staff da casa que, aliás, era
estrangeiro e nada compreendia. Conviver com outros residentes, mas evitar
qualquer cumplicidade com eles de um
modo que pudesse ameaçar o projecto e, nunca por nunca, porque essa seria a
chave do sucesso, considerar que os outros me eram superiores física ou
intelectualmente. E eu sorri. Entendi de imediato que, na sua posição, não quiseram
dizer-me que a minha beleza não teria ali adversários e que, apesar dos ciúmes
que criaria, deveria aceitar o facto com humildade. E concluíram: se porventura
alguma espécie de fiscalização existisse por parte de entidades oficiais,
deveria responder ser parte interessada de um projecto inovador na saúde para o
qual se tinha ocupado aquela casa. Que não me preocupasse com isso. Eles
tratariam depois dos processos burocráticos. Nestes tempos pós-revolucionários
todas as ideias vanguardistas eram bem aceites.
Fui literalmente despejada no largo
fronteiriço. Estava em boas mãos, disseram antes de fazerem inversão de marcha
e partirem. As boas mãos eram as de Ilda que, carrancuda, sem qualquer tipo de
cumprimento, deixou que, sozinha, eu carregasse a minha própria bagagem. A
noite, fria e ventosa, assombrada por longínquos grunhidos, zumbidos
indecifráveis e os assobios dos ramos sobre o silêncio, assustava-me e só
descansei quando me vi no quarto cuja porta Ilda abriu, entregando-me a chave. Depois,
ainda que apreensiva, num instante adormeci.
No dia seguinte pensei conhecer a
casa, deambular por ela e visitar os jardins, evitando, porém, o denso arvoredo
que a partir deles de algum modo me assustavam. Fá-lo-ia após o pequeno-almoço.
Sem saber ainda que nessa pequena refeição se daria início à minha asfixia, à
minha sensação de clausura.
Uns chamar-lhe-iam restaurante,
outros, refeitório. Para mim era simplesmente uma cozinha com sala de refeições,
daquelas antigas, enormes e frias, onde a mesma mulher que me havia recebido na
noite anterior nos despachava – a palavra é essa “despachar” – com leite e pães
com manteiga. Pedi um sumo. E aquela maldita mulher correu-me com os olhos o
corpo até onde podia vê-lo por detrás do balcão. Interiormente, rejubilei. Era
a costumeira inveja a nascer. E a tornar-se ódio no olhar e na voz de quem não
esconde os ciúmes. “Vossa Excelência”, respondeu-me ela com desdém, “deve
pensar que está num hotel. Ande sente-se e coma o que lhe dão e, se não gostar,
corre muita água lá em baixo no rio”. Como devem calcular, desatei a tremer,
pensei descer ao nível dela, mas contive-me. Virei-me e sentei-me a uma das
quatro mesas para quatro pessoas. Sozinho, numa outra, encontrava-se um homem.
Estranho, muito estranho nem para mim olhar, mas, por outro lado, mover o
pescoço, o corpo, como fazem certos pássaros em jeitos continuadamente
mecanizados, bruscos. Olhava para todo o lado, para a janela, para a porta,
para trás de si, como se receasse ser atacado pelas costas. Inventei um sorriso
e disse-lhe “bom-dia” ao que ele respondeu com o mugido de uma vaca. Apesar da
tensão em que me encontrava, quis mostrar a minha simpatia, causar boa
impressão. Da minha mesa para a dele, insisti. “Como se chama?”. E o homem
pareceu quase saltar da cadeira antes de, num dos seus repentes, se virar para
o balcão e depois olhar o pão à sua frente e, de cabeça baixa, proferir um
audível, mas sussurrado “Dinis”. Bom, era um começo. Arrisquei. “Só nós aqui
estamos?”. Negou com a cabeça. “Onde andam os outros, então?”. A olhar o tampo
da mesa, fez um gesto circular com o braço, “ Por aí”. E, nesse instante, vinda
do balcão, ouvimos a voz esganiçada da Ilda, qual peixeira apregoando o produto.
Advertiu-nos para a proibição de nos interessarmos pelo que não nos dizia
respeito e, de imediato, o homem redobrou os tiques com um claro, mas tímido
“Perdoe, Ilda”. Nervosa, comi em silêncio o meu pão a seco por evitar o leite
(não gosto). Quando saí da cozinha, deparei com um papel escrito à mão, afixado
num pequeno placard, onde uns gatafunhos quase ilegíveis anunciavam o almoço:
bife ao grelo. Furiosa, voltei atrás.
— Dona Ilda, desculpe, mas detesto
grelos. Qual é o prato alternativo?
A mulher limpava copos com um pano
encardido. Atirou-o para a bancada abaixo do balcão e pousou nela as mãos
virando o corpo para mim.
— Vossa Excelência deve ter uma
mona de galinha. Você acha que isto é o Ritz? Com pratinhos à escolha de Sua
Senhoria? E que é isso de grelos? É só nisso que pensa, com esse corpo de… de…
ai, cala-te boca!
Penso ter corado dos pés ao cabelo.
Mas quem pensava ela que era? Senti-me alterada e, dessa vez, não me contive.
— Mas por que raio me fala assim?
Fiz-lhe algum mal? É o que está ali escrito. “Bife ao Grelo”!
— Eu falo-lhe mal porque me apetece
e porque Vossa Excelência é estúpida. Se não fosse, saberia ler. Bife ao grego!
Bife ao grego!
Virei-lhe as costas e pela primeira
vez – quantas mais vezes iria desejar o mesmo – quis ir-me embora dali. Mas
tinha acabado de chegar. Nem as instalações ou o jardim conhecia. Dispus-me a
sair, mas, à porta, lembrei-me de não ter comigo a minha bolsa, os meus
cosméticos. Assim, recuei e subi as escadas. Foi então que as vi. Mulheres de
batas negras afadigavam-se em limpezas. Recordei-me das instruções, mas
achei-as tão absurdas que me aproximei de uma e perguntei quem geria aquilo,
quem lhes pagava. “No te entiendo” disse-me afastando-me com os braços gordos
“No podemos hablar, no te entiendo”. Acerquei-me de outra e questionei-a sobre a
Ilda e a sua má educação e, no entanto, a resposta foi a mesma, tal como a das
seguintes “No podemos hablar, no podemos hablar”. Subitamente, puxam-me por
trás os cabelos. Virei-me. E senti nesse instante uma bofetada, leve, mas uma
bofetada, que me fez corar e levar a mão à face. Era Ilda. Os olhos raiados de
raiva, o rosto transfigurado num horripilante monstro.
— Desce deste piso imediatamente –
ordenou-me, fazendo com que lágrimas de vergonha se soltassem de mim.
— Tenho de voltar ao meu quarto.
Preciso da minha bolsa.
— Voltas no fim da limpeza. Às
10:30. E ai de ti que volte a encontrar-te a perguntar o que não te diz
respeito. Sai. Desce!
Deambulei como sonâmbula pelo
jardim. Que era aquilo? Que fazia eu ali? Que tratamento existiria naquele
local para o meu problema?
Só pude regressar ao quarto pela
hora de almoço. Conhecia apenas um residente. Dinis. Um homem. Tinha de
conquistá-lo do único modo que sabia. Vesti a minha mais curta saia e uma blusa
cujo decote evidenciava quase indecentemente a beleza dos meus seios. E desci.
Sem palavras, recolhi o meu almoço que mal provei, ainda que, ao menos isso,
estivesse bem confeccionado. Ostensivamente, sentara-me de frente para o tal
Dinis e puxara ainda mais para baixo o decote. Pela primeira vez na minha vida,
os olhos do homem, um homem, nem para eles olhou. Porém, num rasgo de tempo em
que Ilda saiu da cozinha, levantou-se e veio até mim, fazendo-me crer que,
finalmente, me iria deitar um piropo, obsceno, como sempre. Sorri-lhe antes que
o dissesse e ajeitei o sutiã através da blusa. Naquela travessia de mesas, o
homem parecia louco e tive medo, reconheço, mas quando estava a curta
distância, disse e repetiu uma frase que eu nunca esperaria. “Eles querem
matar-nos. Eles querem matar-nos” e, de um salto, devolveu-se à sua mesa no
preciso instante em que Ilda regressava.
Toda a tarde cismei naquela frase.
De frente para a janela, comecei a pensar numa fuga. Que não levei avante pelo
já referido no início deste caderno. Um dos muitos que havia empilhados e
vazios no corredor e que só hoje me dispus começar a escrever. Mas foi frente à
janela que pude ver a entrada de uma pequena camioneta de onde saíram várias
pessoas. Os restantes residentes, pensei acertadamente. Vinham como se de uma
espécie de excursão, embora calados e com passos robotizados. Situação vulgar
em qualquer estância, reconheci. Talvez, afinal, o Dinis fosse maluco e a Ilda
tivesse simplesmente mau feitio. E a este pensamento posso agradecer algum do
alento recuperado.
Ao jantar, a sala de refeições
tinha as cadeiras ocupadas quase na totalidade. Em jeito de “buffet” as pessoas
traziam para as mesas a sua refeição cuja ementa eu evitava agora ler.
Tratava-se de um prato leve à base de peixe que todos, em silêncio, mastigavam,
libertando no ar unicamente o som tilintado de copos e talheres. No fim, todos,
de uma vez só, se levantaram. Disposta a assimilar as regras da casa, também eu
me levantei, seguindo-os para onde quer que fossem. Desceram então à cave, que
eu desconhecia. Despercebidamente, acerquei-me do Dinis que, olhando em frente,
respondeu rápido e conciso “Café, baile”. Finalmente alguma diversão, pensei.
Mas pensei mal. Ali em baixo, as mesas estavam dispostas de modo a libertarem
um recinto de dança. Sentei-me junto de um casal que, percebi posteriormente,
eram de facto um casal. Beatriz e Vicente. Ele, altivo, arrogante e prepotente,
tratando, perante os outros, a mulher pior que a um cão. E que, por coincidência,
verifiquei serem meus vizinhos de quarto. Bebeu-se o café, mas, música, era
coisa que não existia. Ouviam-se apenas sussurros, como se num funeral. Eis
senão quando Vicente se levanta, Beatriz atrás dele e, na pista, encetam uma
dança solitária. Aquilo era ridículo. Uma dança feita de passos medidos ao som
do silêncio. Onde estava eu? Seria toda aquela gente um singular grupo de
doidos? Nesse caso, que fazia eu ali? Então, quando se sentaram, não resisti.
— Desculpe, como conseguem dançar
sem música?
Beatriz – naquele momento ainda não
sabia os seus nomes – abriu muito os olhos e olhou o marido. Este, com a sua
pose autoritária, respondeu:
— A senhora deve estar muito mal.
Muito mal, mesmo. Não ouviu a música?
— Calma, Vicente. Tem calma – disse
a mulher, dando-lhe uma palmadinha na mão – Eu explico à senhora. E, virando-se
para mim: a senhora deve estar aqui para um tratamento intensivo, certamente. A
música está na cabeça do meu marido. Todos a ouvimos quando ele assim o
pretende. Depois, basta seguir o ritmo com os passos adequados.
Fiquei sem palavras, totalmente
bloqueada por instantes. Quando consegui raciocinar disse à mulher não estar
ainda adaptada a nada, visto ter chegado nesse dia. E reparei, ao dizê-lo, que
o homem, indiferente ao que pensasse a esposa, não parava de, com alguma
sobranceria, me percorrer com os olhos o corpo. Interiormente, sorri. Ele que
guardasse a sua música inaudível. Eu faria dele gato-sapato.
Contei já o modo como tratava a
mulher, o modo superior com que a todos olhava e falava. Mantenho o que disse.
Era assim em público, de facto. Mas nada disso na intimidade. Logo nessa
primeira noite, mercê das janelas abertas e de um colar de ouvidos à parede
comum, verifiquei que a situação ali se invertia. Era ela quem levantava a voz
para ele, acusando-o por certas atitudes do dia e também de coisas antigas. E a
potente voz masculina exibida sem cessar perante todos com a complacência da
esposa, era ali, entre as quatro paredes do seu quarto, submissa e carregada de
lamurientos pedidos de perdão. Pior que isso, ela negava-lhe, com uma
constância inusitada, os prazeres do cumprimento conjugal e, que me recorde, só
uma vez o autorizou a que os cumprisse. Repito o que já antes aqui escrevi: não
quero tornar obscenos os meus textos, mas, em silêncio, encostada à parede,
chamei-lhes porcos, depravados, ao perceber que na cama era ela o macho e ele
coisa nenhuma. Enojavam-me os grunhidos, os gritos, as ordinarices. Porque uma
qualidade guardo em mim. A beleza de uma mulher, a minha beleza, é a arte
suprema da criação, ao contrário do sexo, o acto mais vil, desumano e asqueroso
pelo qual só merece castigo quem o pratica. E eu sei castigar. Durante o dia de
ontem consegui o que há muito venho tentando. Deixar cair no bolso do casaco
dele um papel anónimo com um convite para ir para a cama. Se bem os conheço,
será ela quem o descobrirá.
Termino, por agora, esta história.
Esconderei este caderno a que brevemente voltarei. Mas concluo com duas
enigmáticas situações: ontem, preocupada com o que esta situação poderá andar a
fazer ao meu corpo, vi-me nua ao espelho. E os meus olhos, já de si belos e
persuasivos, brilharam como estrelas ao ver que a beleza, tão minha,
dificilmente deixará de o ser. Propositadamente, tinha deixado a porta
semi-aberta e, pelo reflexo, vi uma mão a largar a maçaneta. Alguém me tinha
estado a espreitar e vocês já sabem como isso me faz feliz.
A segunda é simples de contar.
Hoje, notei que algum segredo era passado em surdina por bocas nitidamente
preocupadas. Sem fazer qualquer pergunta, consegui perceber. O Dinis
desapareceu. Descobriremos nós o que realmente aconteceu? Se no podemos hablar?
João
J. A. Madeira
Não imagino mentes saudáveis a caírem este tipo de elucubrações paranóicas e narcisistas, mas... desconhecendo as circustâncias, (quase) tudo é possível...
ResponderEliminarSim, Maria João, mentes saudáveis nunca teriam atitudes paranóicas e narcisistas. Mas é disso precisamente que se trata :) Obrigado por nos ler
EliminarMuito, muito, muito pobreza no Putugal amigos! E ninguma pessoa quer falar do issu em Putugal! Sops dos PObres tuda saulamente os verdades amigos....Sopas dos opbres tudas noites e muito patriotismo e muito futbol e os pessoas que?? Ler....soulamente os verdades amigos....
ResponderEliminarPortugal is the Biggest Racist country that i have ever lived in. I feared for my life there and i consider myself lucky that my family got out alive! I have never lived in such poverty (Sopas dos Pobres everyday) 40% unemployment rate and 60% of the population earn less than $932 USD per month, and that's considered Middle Class here! Within the European Union it is the worst of the worst place to live.
The bottom line is the bulk of the People in our poor country exist in a brainless comma that is fed by Ignorance, anti-Spanish hate, and severe Racism of pretty much everybody that isn't Portuguese! And, Portugal started the Global Slave Trade in 1441 so it is definitely NOT a safe place for Blacks!!
I found important websites that explain the Severe multi-generational Racism and Hate that exist in Portugal today, and i highly encourage all to read them and spread the word in order to avoid innocent, and desperate people from living or visiting there. Get educated on the Truths about Racist Portugal now.
1) https://www.theroot.com/a-white-journalist-discovers-the-lie-of-portugal-s-colo-1790854283
2) https://saynotoracistportugal.neocities.org/
3) http://www.discoveringbristol.org.uk/slavery/routes/places-involved/europe/portugal/
4)SOPAS DOS POBRES EVERYDAY IN PORTUGAL BECAUSE OF NON EXISTENT ECONOMY:
https://www.noticiasaominuto.com/pais/764453/sopa-dos-pobres-foi-criada-ha-anos-mas-ainda-existe-problemas-persistem
5) http://www.ipsnews.net/2011/10/portugal-crisis-pushes-women-into-prostitution/
6) https://www.theatlantic.com/business/archive/2013/06/the-mystery-of-why-portugal-is-so-doomed/276371/
Be SAFE friends. Hugs.
Quando se escreve, qualquer texto pode ser interpretado, pelo leitor, como uma metáfora a seu gosto. Obrigado por nos ler, Portuguesito
EliminarÉ um bom início de história.
ResponderEliminarEste par Beatriz/Vicente, levou-me ao afamado “Voando sobre um Ninho de Cucos”.
Parabéns João. J. A Madeira.
Obrigado, José Bessa. Abraço
EliminarOlá! Tive o prazer imenso de ler essa bela introdução de historia. Escrita bem redonda, e que vai nos puxando para dentro da literatura. Parabéns! Um grande abraço.
ResponderEliminarObrigado, Betonicou, por acompanhar este capítulo. Continue por aqui. Forte abraço, também
EliminarPara começo, promete muito.
ResponderEliminarBoa semana
Obrigado, Pedro. Muito agradecemos o seu acompanhamento das nossas histórias. Grande abraço
EliminarGostei de ler esta narrativa cheia de pontos de interesse e curiosidade. Deixou-me com vontade de continuar a ler.
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijo.
Grato por ter gostado e pela vontade de continuar por aqui, como, aliás, já há algum tempo vem fazendo. Beijinho, Graça
EliminarAgradeço sua visita ao meu blog. Um abraço.
ResponderEliminar...e nós agradecemos a sua companhia. Abraço, Élys
EliminarExcelente, promete.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Gratos por continuarmos a contar com a sua presença. Grande abraço, Francisco
EliminarDesejando que também a sua semana tenha sido boa, agradecemos a sua presença nestas nossas histórias. Os melhores cumprimentos, "Ontem é só Memória"
ResponderEliminarUma escrita que nos prende a cada momento de leitura! Bj
ResponderEliminarObrigado, "Olhares da Gracinha". Continue a acompanhar-nos. Tudo faremos para retribuir com o prazer da leitura.
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