Frame do filme "Metropolis" - 1927 |
Chegados,
por fim á Grande Cidade!.. Com uma entrada guardada por altos muros de pedra,
que Orionte tão bem conhecia. Aproximaram-se um pouco mais do portão, para que,
de dentro, lhes fizessem o reconhecimento de imagem, através das câmaras ali
instaladas, e lhes abrissem portas.
Então
era ali, naquela fortaleza resguardada, que se moviam as Elites Governamentais
e seus fiéis colaboradores... Pensava Laíssa.
Cumprido
o primeiro obstáculo, sogro e nora propuseram-se calcorrear ruas menos
movimentadas (de homens, obviamente) permitindo-lhes um certo à vontade para
trocarem impressões.
O
edifício principal era sumptuoso, rodeado de jardins bem cuidados, coloridos,
com uma larga escadaria que os levou ao salão de entrada.
O
olhar atento de ambos conduziu-os a um agente sentado a uma ampla secretária.
Este, depois de os ouvir e identificar acompanhou-os ao elevador, não antes de
lhes pôr nos casacos um cartão/ficha electrónico.
Saíram no piso indicado e surpreendidos depararam-se, de imediato, com Rafael fardado, formal, sério, que os aguardava. Não reconhecendo de imediato o "jovem rapaz"...
Saíram no piso indicado e surpreendidos depararam-se, de imediato, com Rafael fardado, formal, sério, que os aguardava. Não reconhecendo de imediato o "jovem rapaz"...
Rafael
conduziu-os a uma sala aconchegante e luminosa, cheia de estantes e pastas.
Fechou a porta e sentaram-se.
Laíssa
e Rafael entreolharam-se algumas vezes, até que Rafael...
-
Laíssa, estás muito bem disfarçada. Só te reconheci, pela expressão do teu
olhar inconfundível. Por isso, não temas, não serás desmascarada...
Sorriram
todos. Mais descontraído agora, o ambiente propiciou a conversa. Orionte e
Laíssa, confiantes, expuseram seu plano de acção. Rafael, pela primeira vez,
abriu-se-lhes em confidências, também. Para espanto de ambos. Laíssa
confortável e mais apaziguada quis saber por Rafael, dos amigos e amores
desaparecidos.
-
Que aconteceu a Naldan, Sabras, Thays e Miryo, Laygar, Thyara e Iosef?
-
Foram embarcados na nave de reconhecimento que os sobrevoara no dia do
desaparecimento. - Respondeu-lhe Rafael. - Estão agora em alas separadas,
Thyara, Thays e Miryo, na ala feminina. Os homens numa ala própria…
Rafael
informou-os que fora Eduína quem recebera Thays com Miryo e Thyara. Ela era a
directora das alas femininas, localizadas num enorme edifício, vigiado do
exterior, por soldados governamentais. Aqui se acomodavam as mães, que cumpriam
todas as actividades domésticas, e crianças até á adolescência. Também mulheres
férteis que, obrigatoriamente eram destinadas á procriação... Administravam-se
aulas aos jovens. Logo, havia professoras... As restantes mulheres habitavam
outra ala, mais afastada.
Os
homens, funcionários do Governo, residiam para lá da ponte que atravessava o
rio Auron, nesta altura de grande caudal. Em pequenos e confortáveis
apartamentos. Os restantes, moradores em bairros, uns engrossavam as fileiras
do exército, outros trabalhavam os campos, de grandes extensões, providenciando
o sustento da comunidade. Toda a cidade era diariamente observada por câmaras
ópticas e por "soldados vigilantes", além das naves...
Orionte
tudo ouvia, cofiando a sua barba grisalha. Laíssa
não despegava os seus olhos de Rafael, bebendo-lhe cada palavra.
Em voz calma, Rafael soltou tudo quanto sabia sobre este burgo-mistério. Os seus visitantes, amigos, mereciam-lhe já toda a sua confiança. Eles, por sua vez, espantavam-se a cada novo relato de Rafael.
não despegava os seus olhos de Rafael, bebendo-lhe cada palavra.
Em voz calma, Rafael soltou tudo quanto sabia sobre este burgo-mistério. Os seus visitantes, amigos, mereciam-lhe já toda a sua confiança. Eles, por sua vez, espantavam-se a cada novo relato de Rafael.
A
promoção de Rafael fora importante para agilizar o processo. A nave agora posta
ao seu serviço, iria ser-lhes de uma grande ajuda! Claro que Rafael não estava
só. Seria impossível pensá-lo! Falou-lhes do movimento revolucionário que se
vinha firmando há muito, compreendendo mulheres e homens. Além de Eduína, que
se movimentava com razoável à vontade, no sector das Mulheres, quer das F.E.
quer das M.C., contavam também com o grupo das professoras, das especialistas
em artes defensivas, de orientadoras disciplinares... De homens apresentavam-se
muitos dos que compunham as filas do exército, em postos graduados - não era de
admirar pois que eram filhos e também pais de gente injustiçada! Um enorme
grupo de ambos os géneros!
O
plano indiscutível era derrubar o Centro nevrálgico do Poder instalado. Rafael
cedo se apercebera das aberrações perpetradas pelos seus superiores. A irmã,
Thays, era um exemplo disso... Assim, trabalhou capacidades de infiltração em
lugares que importava conhecer, estudar, para tentar acabar com tanto
descontentamento! Investiu, ao longo de anos, neste propósito, pedindo sempre
aos companheiros, muito secretismo e moderação em conversas, em atitudes.
Laíssa
ouviu tudo isto, e uma onda de paz, tranquilidade, tomou conta dela. Família e
amigos estavam bem. Um sorriso sereno amenizou seu rosto agora transformado e
um pouco grotesco. Olhou Orionte que ia questionando Rafael sobre detalhes que
achava importantes.
Orionte
e Laíssa abandonaram o edifício munidos de credenciais cedidas por Rafael. Com
elas iriam mobilizar-se na grande cidade e mais além…
Já
bastante afastados da zona de Serviços, pararam um instante. Laíssa e
Orionte olharam-se sorrindo. Sem palavras, abraçaram-se felizes e comovidos. A
revolta ganhava consistência!
Dava-se
a partir de agora, início ao processo de mudança.
Para muitos, humilhados, o sonho tomava forma. Ganhava asas!...
Para muitos, humilhados, o sonho tomava forma. Ganhava asas!...
Já está na hora de acabar com estes ditadores. Muito bom, Fernanda. Beijinho.
ResponderEliminarGrata, Paula.<3
EliminarPrimeiro quero agradecer a visita ao meu canto.
ResponderEliminarAdorei a história que está muito bem estruturada e me deixou em suspense.
Um abraço
Grata pelo apoio Manu.
EliminarMuito bom estou a gostar e a acompanhar.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Grata.
EliminarContinua muito boa a história! :) Bom fim de semana.
ResponderEliminar--
O diário da Inês | Facebook | Instagram
Grata, Inês.
Eliminare a história vai avançando, tal como os sorrisos de sogro e nora. saudações.
ResponderEliminarVou acompanhar os próximos apeadeiros
ResponderEliminarA caminho da liberdade de forma cativante.
ResponderEliminarEstou a gostar muito.
Bom fim-de-semana
Boa noite, Fernanda!
ResponderEliminarEmbora não vivamos na época do "parece mal", não me parece bem, de bom tom, responder a uns e a outros, não. De qualquer forma, a Fernanda Simões é quem sabe.
Saudações.
Bom dia, e desculpem-me não ter ainda respondido a estes comentários. Estou com um problema , aqui. Veremos se já é possível... Lamento. Grata.
ResponderEliminarMto grata a Céu, Mar Arável, Magui. A todos meu agradecimento pelo vosso carinho, É bom escrever. É também muito bom que gostem do que escrevemos. Bem hajam.
ResponderEliminarA continuação é excelente.
ResponderEliminarGostei imenso, Fernanda, parabéns pelo talento que as suas palavras revelam.
Continuação de boa semana.
Um abraço.
Mto grata, Jaime Portela. BFSemana, para si, também
Eliminar