17/08/18

Janelas de Tempo - Capítulo 6

Fado\José Malhoa


Sentia-se estranho. Parecia que algo lhe fugia da mente. Um vazio por preencher, uma qualquer interrupção como ponte destruída entre margens. Mas não. Simples impressão sua, certamente, naquele novo arribar ao desconhecido.

Não conseguira ainda definir que sentimento atribuía à urgência de identificar os locais e as épocas a que aportava. Angústia? Expectativa? Ou somente o prazer quase infantil de participar num jogo que aceitara jogar?
Por razões tão estranhas que, provavelmente, nem a máquina do tempo conseguiria esclarecer, ancorara sempre o seu corpo no cais dos instantes decisivos da nossa História. Confirmara assim que a memória de um povo se compõe de datas marcadas nas páginas dos livros que as guardam. E no entanto, pensava agora, quantas vezes essa memória não se alimenta de pequenos capítulos, aparentemente insignificantes, que, contudo, formam a cultura, o modo de ser, desse mesmo povo?
Ali estava ele, de novo algures perdido no Tempo. Que relevância teria tido na História aquela rua recentemente calcetada, juntas ainda frescas entre as pedras de granito onde se reflectiam mortiças luzes de candeeiros a gás? Aquele cheiro fétido, quase pestilento, de pouca higiene adivinhada? Odores remexidos de sexo e de sal, das fezes arremessadas para a rua, de cantos como lamentos, de calos no suor que só o espírito exala na desgraça. Nas ruas, ninguém. Se de ninguém forem feitas as sombras que espreitam, se escondem em convites sem voz, em cedências de corpo que já corpo não é. Subitamente, o brilho de uma ponta de cigarro, uma janela que se abre em sinal combinado e um vulto que, beata pisada à pressa, atravessa a rua num desejo por saciar. Fraqueza esporádica dos homens que, porém, noutras janelas, guardadas por cortinas que outras mãos femininas bordaram, se fazem ecos de macho pelas vielas, num tempo em que as mulheres pareciam nascer com o estigma de somente ouvir e respeitar. Servir.
Lentamente, Júlio começa a reconhecer a época. Que não terá sido a sua, mas que se manteve assimilada a partir dos muitos volumes da sua biblioteca. Falta-lhe apenas reconhecer aquelas ruas estreitas, as travessas que as cortam e as esquinas que dobra numa ânsia incontida de se situar, rezando a um São GPS que não lhe falhe no regresso. E, de súbito, é precisamente numa das esquinas que uma placa toponímica o sossega: Rua do Capelão. Sorri. Está na Mouraria. O bairro que Afonso Henriques destinou aos muçulmanos após a conquista de Lisboa e onde nasceria a Severa, a voz talhada de um povo dado à fatalidade, à tristeza, ao embrulhar em xaile negro de amarguras a sorte que só nos outros se encontra, a inveja, o agradecer a Deus o pousar de olhos em todos, ainda que nunca em nós. Se Portugal, enquanto país, nasceu em Guimarães, o seu povo, porém, terá nascido no Fado.
De repente, uma parte do seu corpo, o estômago, como que se revolve num choro muito seu. Aos cheiros podres do bairro juntam-se os odores enjoativos de fritos, de queijo cujo leite azedou, de vinho parido fora do fruto. Há quanto tempo não come? Não sabe. Tanto mais porque perdera a capacidade de o medir em épocas que tão depressa avançam como recuam. Mas tem fome. E numa porta há instantes anunciada pelos cheiros, lê o serviço de almoços e jantares, vinhos, licores, cognac, xaropes e o nome da casa de pasto. Nada é convidativo. Mas há a fome. Tem no bolso alguns euros e sorri pelo absurdo. Não tem reais que apazigúem um estômago que para nada quer saber de dinheiros, mas da fome que tem. E, por isso, entra.
Senta-se ao fundo, a um canto, no escuro que o petróleo de alguns candeeiros lhe concede. Numa mesa, dois homens arrastam pedras de dominó benzidas pelas gotas perdidas que escorrem das canecas de barro; numa outra, um velho acena afirmativamente ao sono que lhe vence as pálpebras; a serradura espalhada pelo chão asfixia o vinho que sobrevive no cheiro mais forte que as beatas amarrotadas em cinzeiros de lata. Por detrás do balcão, um homem tão gordo como o bigode que lhe sombreia o rosto carrancudo, avental erguido pela gordura do ventre, abandona as pipas encardidas que atrás de si protegia, e aproxima-se. Resmunga algo que Júlio não entende, mas ao qual, pelo óbvio, responde: quer qualquer coisa para comer. E o sujeito afasta-se e regressa com um prato de carapaus afogados em cebola, um outro com toucinho e uma cesta de pão. Um jarro e uma caneca. O pão tem um dia, os carapaus mais de dois. E o toucinho tem o suave sabor do ranço para quem deixa de ter poder sobre o estômago que o recebe, empurrado pelo vinho que fede e queima. Júlio tudo devora. Enquanto vagueia os olhos pelo estabelecimento até se deterem numa mulher sentada num lugar tão discreto como o seu. Tem o cabelo negro apanhado e uma cicatriz rasga-lhe a face esquerda. O corpo, branco e anafado, ostensivamente exposto sob uma blusa leve que lhe realça os seios flácidos, espraia-se lânguido sobre a mesa. A saia vermelha eleva-se um pouco acima dos tornozelos e treme à brisa vinda da porta quando novo cliente a transpõe. Suado, coberto de sebentos andrajos, dirige-se ao balcão e pede meio quartilho. O taberneiro pergunta se tem dinheiro e o homem leva a mão ao bolso e expõe no balcão as moedas que, explica, lhe rendeu o trabalho de carregar um piano da Rodrigo da Fonseca para a Barata Salgueiro.
— Está bem. Mas tira isso daí. Já sabes que não quero dinheiro em cima das mesas. Dá azar – diz o patrão enquanto lhe serve o vinho.
O homem arrecada as moedas e, de caneca na mão, aproxima-se da mulher.
— Adelaide, vamos?
Ela nada mais move que os seus lábios.
— Hoje não.
— Tenho dinheiro – e leva de novo a mão ao bolso – Ia-me partindo todo, mas tenho dinheiro.
— Já te disse: hoje não! Lá por seres moço de fretes não quer dizer que faça fretes também. Estás sujo, cheiras mal e, para além disso, deve estar a chegar o Amâncio.
— O Amâncio? Vi-o há pouco no Rossio, na Ginjinha, e parecia já ter a sua conta.
— Pior ainda. Já sabes como ele é quando está atravessado. Mas ele vem, está descansado. Ele e o “Pintor”.
— O fadista?
— Um bom fadista me saíste tu. O “Pintor Fino”. Vamos “pousar” para ele.
— Desgraçada – exclamou o homem com um sorriso desdenhoso – Lá porque andas a “pousar”, já te julgas alguém. Vê lá se um dia tanto pousas que fazes a esse lado da cara o mesmo que te fizeram ao outro.
Ela não teve tempo de responder. Sem o olhar, levantou-se de supetão, dirigiu-se à porta e num gesto evidente de acanhamento ou vassalagem, cumprimentou com os dedos moles a vigorosa mão de quem entrava.
Júlio conhecia aquele homem. De revistas, de jornais antigos onde, quase sem querer, havia acumulado cultura. E, com enorme alegria interior, deu por si a juntar o puzzle das cenas que presenciava. Aquela era a Adelaide “da Facada”; o ano seria, com pouca margem de erro, 1909; o homem ainda em falta, o ciumento Amâncio; e quem agora se fazia actor à boca de cena, daria pelo nome de José Malhoa, o celebrado pintor português de “Les Ivrognes” – posteriormente rebaptizado como “Festejando o S. Martinho” – que dois anos antes alcançara um êxito estrondoso no Salon de Paris. Recordou-se que, para o destrinçarem de um fadista a quem chamavam “Pintor”, alcunharam este de “Pintor Fino”, designação evidenciada no trato delicado e no trajar elegante com que, mesmo ali, naquele lugar nauseabundo, se apresentou. Júlio sorriu. Tudo lhe corria bem, não fosse o não saber como pagar a fome saciada. Ainda se ao menos se tivesse sentado junto à porta… Assim, como atravessar toda a tasca sem saldar a dívida?
Malhoa perguntou por Amâncio e, perante a resposta de estar a chegar, sentou-se e pediu à mulher que se sentasse também. Longe dele. O que a ela agradou pelos ciúmes conhecidos do amante em relação a si e ao pintor, ao qual pediu que, já no esboço, lhe escondesse a cicatriz. Este olhou-a, sem pudor. A brancura da pele, os seios que adivinhava rosados mesmo se já descaídos numa velhice precoce, o ventre coberto e quase inimaginável, e ordenou-lhe, num pragmático interesse de artista, que acendesse um cigarro, se quedasse com ele entre os dedos e olhasse embevecida para alguém que amasse e estivesse ao seu lado, mesmo não estando. Ela não conhecia a palavra “embevecida”, mas, compreendida a mensagem, deu ao pintor a sua face limpa e deixou que o corpo tombasse numa adoração plena de sensualidade a alguém ausente. E Mestre Malhoa gatafunhou, riscou, manobrou com vigor o lápis sobre a folha de um enorme caderno. Depois, quando o lápis se suspendeu entre os dedos e os olhos se perderam no desenho em busca de alguma imperfeição, ela quis vê-lo. Viu a sua própria figura e o rosto entristeceu-se por, pela primeira vez, se ver com os olhos com que os outros a viam. Ergueu então o rosto e fixou o artista.
— Mestre, quando o quadro for realmente feito, quero que ponha nele, não sei como, o amor que tenho a Jesus. Quero que Ele saiba, pela sua pintura, que apesar da entrega do meu corpo a tantos homens, nunca esquecerei o homem que Ele é para mim. Diga-lhe, nesse quadro que pintará, que eu sou para Ele o mesmo que a hóstia que tomo e me dizem ser o Seu corpo, quando mais não é que farinha. Quero que Lhe diga ser também farinha o corpo que vendo, porque, a pele daquilo que realmente sou, só a Ele pertence.
José Malhoa quedou-se em silêncio, olhando-a. E Júlio lamentou que nenhuma resposta tivesse sido dada, para além do compromisso calado que mais tarde se veria no quadro. Amâncio acabava de chegar. Chapéu espanhol a cobrir-lhe a cabeça, guitarra agarrada pelo braço, olhos desfocados pelo escuro da casa e do álcool que consigo trazia.
Os passos trocavam-se-lhe. Cumprimentou com um aceno de cabeça o pintor e pediu vinho ao taberneiro. E, depois de saber que haviam começado sem ele, quis ver o esboço. Fê-lo de semblante carregado, cofiando o frágil bigode, corpo oscilando levemente como se sob vento agreste. E apontou.
— Porque lhe baixou vossemecê a alça da blusa? Como sabe vossemecê que é assim o peito dela?
Malhoa olhou o desenho. Olhou o homem.
— Sou pintor. Tenho o condão de ver para além do que os outros vêem.
O outro passou a língua pelos lábios. Com os dedos limpou os cantos à boca. Enfrentou o olhar do artista. E, voltando a apontar, disse:
— Então, se vê para lá do que a roupa tapa, não precisa de lhe mostrar a mama. Levante a alça.
— Levanto, podes crer que sim. Tens a minha promessa. Mas agora peço-te que te sentes na mesa dela.
Sentou-se no banco corrido onde Adelaide descansava a perna. Tirou o chapéu e alisou o cabelo que lhe caiu em franja sobre a testa antes de o cobrir de novo. E, desencostado da mesa provida de translúcida garrafa de vinho – oferta da casa, tinha dito o patrão – manteve-se hirto no banco como só os bêbedos sabem fazê-lo. Pelos seus pensamentos algo enevoados, passava a vaidade vinda com o álcool e a importância que, por uma vez, lhe era dada. As pálpebras pesavam-lhe, mas esforçava-se por não lhes ceder, tal como fazia com os fotógrafos “à la minuta” que já lhe haviam tirado o retrato no Rossio.
Malhoa percebeu-lhe a falsa pose e mentiu dizendo-lhe ter terminado. Continuando, contudo, a manobrar o lápis sobre o papel. Então o corpo de Amâncio relaxou, bebeu de um gole o vinho vertido em copo de vidro e deixou que os dedos percorressem a guitarra no som plangente que só os bons tocadores arrancam. Adelaide sorriu. Um sorriso triste como tristes eram os sons que agora enchiam a taberna e que ela acompanhava num canto mudo. E Amâncio gostou de a ver sorrir.
— Adelaide, canta-nos um fado.
— És doido. Sabes que não canto – disse ela ainda de lábios moldados no sorriso.
— Não mintas, mulher! Sabes que já te ouvi cantar. Estavas a fazê-lo agora, só tens de te deixar ouvir.
— Não! Já te disse! – A resposta a sair breve, seca, categórica. A ecoar nos ouvidos dos clientes e a acabrunhá-lo no orgulho de macho.
— Porcaria de feitio tu tens – sibilou, viperino – Ainda um dia me hás-de dizer quem te fez essa cicatriz e por quê.
Ela olhou-o. De alto a baixo, desafiadora.
— Muito se preocupam as pessoas com a cicatriz que me vêem. Só nunca vi alguém ralar-se com as que guardo na alma.
Ele faz o esgar de um sorriso, ergue a voz, entaramelada, despeitada.
— De almas não entendo patavina, embora saiba que as há de vários tipos. Se quiseres, posso dizer ali ao “Pintor Fino” para te pedir que cantes. A ele certamente não te recusas.
— Vai à merda, não me maces. Canto quando me apetece e para quem me apetece. E agora não quero! É preciso repetir?
As pedras de dominó suspenderam o ruído de toque em semelhança de pontas e como que um icebergue caiu sobre a sala. E quando Amâncio, guitarra há muito encostada à parede, puxou de uma navalha, Júlio, atento, receou. Nas suas memórias ecoou o “Fado Falado” na voz de Villaret. Os ciúmes e as vielas, o brilho das navalhas na noite escura, a raiva caída no fio de uma lâmina.
Amâncio debruçava-se sobre a mesa, os olhos esgazeados, a boca a certamente bafejar de mau hálito, a mão direita envolvendo o pescoço dela, a esquerda lambendo com a faca os poros da face ilesa.
— À merda vais tu, ouviste? Eu não sou fino, eu sei! Mas juro-te que este “pincel” que tenho na mão também faz coisas bonitas! Ou cantas ou te faço um rasgo nesta face como se também eu fosse pintor.
E Júlio saltou do seu canto e ao salto juntou um grito capaz de tombar jogos lúdicos, de acordar velhos sonolentos, de pasmar patrões, mestres e moços de fretes. Para ele, era agora ou nunca e, perto da porta de saída, ordenou que parassem, gritou que jamais à sua frente um homem agrediria uma mulher. Só passando por cima de si. Fez-se silêncio. Tenebroso, rápido. Até que a surpresa se desvanecesse perante aquele homem que vestia como um estranho e estranho era. Amâncio, sarcástico, riu e, de arma apontada, deu um passo para ele. No mesmo instante em que o alvo se escapulia porta fora.
Na rua, preparado para exigir às pernas a recompensa de um toucinho, quase se estatelou num cão que parecia dormitar. Evitou-o e correu, correu, como desde a infância não corria. O agarrar dos ténis sobre as pedras lisas dava-lhe vantagem sobre as vozes que ouvia atrás de si, mas começava a temer pelo ladrar do cão que também o perseguia. E a voz do GPS já lhe ressoava no cérebro. Esquerda aqui, direita ali, quem o mandara ter andado tanto. E os gritos dos perseguidores, luzes nas janelas que se acendiam, o apito estridente de algum guarda-nocturno e o ladrar do cão que já imaginava sobre si, mordendo, retraçando. Não penses, corre! Esquerda, direita, esquerda, direita e o cão. De repente viu-se no chão, os lábios lambendo o granito de uma calçada. Estava perdido. Brincara com a própria vida. A todo o momento esperava o animal que não cessava de ladrar e a qualquer instante o atacaria. Mas nada o atacou apesar do ininterrupto latir. Quando se virou para trás, o cão ameaçava os perseguidores como se fosse ele o seu dono. Pasmou, não quis crer no que via. A não ser que… mas não, não era possível. Arriscou.
“Whisky!”
E o cão, por breves instantes, calou a sua voz, olhou-o, abanou o rabo e correu para ele não para o aferrar, mas para correr a seu lado.      
Já na máquina, coração ainda mal refeito da corrida, Júlio depôs um joelho no chão e afagou o focinho do animal que insistia em abanar a cauda. Não compreendia.
— Será que – disse ele, falando para o escanzelado pastor-alemão como se para si mesmo – Será que transporto comigo o cheiro do meu Tempo que é também o teu? E será que consegues detectar esse cheiro? Se calhar, fiel Whisky, andamos nós a inventar máquinas de tempo e de tudo, quando, afinal, vocês, animais, terão respostas para tanto do que buscamos – sorriu e acariciou-lhe o focinho – Bem-vindo, companheiro. Agora somos dois.
E o cão, virando-lhe o rabo, ergueu-se nas patas traseiras e, com a dianteira, carregou no botão.



João J. A. Madeira



     

18 comentários:

  1. Parabéns João Madeira. Gostei desta ida à Mouraria e do "Fado" das nossas vielas, ele próprio tão referido em vários capítulos da nossa História. Teria algumas sugestões de pontuação, apenas, mas ficará para o final.
    Começo a sentir-me cada vez mais pequenina, depois de ler estes textos.

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    1. Obrigado, Natália. Fico curioso em relação às sugestões. Falaremos no fim :)

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  2. Mais um belo capítulo que nos prende e nos proporciona um bom momentos de leitura!!!bj

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  3. Seja quem for a escrever (e tenho acompanhado todos) a imaginação é sempre delirante.
    Fantástico!!
    Aquele abraço, boa semana

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    1. Aquele abraço, Pedro. Grato pela observação e gratos pela presença assídua.

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  4. Oi João,
    Adorei o conto coletivo, ficou de uma beleza,fineza e sombria contestação
    do querer e teve seu amigo cão, sóbria amizade que não trai.
    Delirei o conto compartilhado, pois adoro escrever pequenos conto, pois um conto grande só o lê quem realmente gosta de uma boa leitura.
    Parabéns a todos os participantes.
    Obrigada por me contatar
    Estou seguindo, fique a vontade...
    Obrigada
    Lua Singular

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    1. Muito obrigado, "Lua Singular". E muito obrigado também por nos seguir.

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  5. Magnífica narrativa! Gostei da descrição do ambiente, dos cheiros, da vida da Mouraria. Gostei imenso da forma como é contada a elaboração do quadro do Malhoa.
    Parabéns!
    Uma boa semana.
    Beijos.

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  6. Um conto bem elaborado e envolvente, dificilmente gosto de contos extensos, este me segurou até o fim. Gostei da criatividade.A descrição do ambiente lembrou-me o relato do livro À Lestye dos Homens, sobre a revolução de 64 nas ruas de João Pessoa capital paraibana .
    Boa semana!
    Obrigada pela visita ao blog dos contos!
    Abraço!

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    1. Muito obrigado, "Alegria de Viver". Ainda bem que o capítulo um pouco mais extenso a cativou. Gostaríamos que continuasse connosco, por aqui. Beijinho

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  7. Bom dia, João
    gosto muito de contos, por isso, não me cansei de ler o seu.
    A sintonia de outros autores a juntar-se nessa difícil tarefa merece nota máxima.
    Excelente! Abraços.

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  8. Respostas
    1. Grande abraço, Francisco. E um "muito obrigado" por me ter lido e nos acompanhar

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  9. Muitas vezes me pergunto como será a elaboração duma pintura.
    Terá o artista todo o “quadro” na memória socorrendo-se da electromecânica muscular para o derramar na tela ou, como um escritor, vai escrevendo uma linha apagando outra, desenhando um contorno subalternizando o anterior, emendando, emendando, até ao desejado final. Como será? Uma vez que não pode rasurar, amarrotar, e recomeçar continuadamente até ao momento da sua perfeição.
    Enfim, não sou artista já se vê.
    Mas, talvez possa sugerir que seja a envolvência. E a circunstância.
    E que bem descritas que estão, ambas, neste capítulo que me transportou para o “atelier” da vida vulgar feita de pessoas particulares.
    Parabéns, João J. A. Madeira
    P.S. – Gostei do pormenor da alça, é bem fadista.

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    1. Obrigado, José Bessa. Não preciso certamente de dizer que toda a estrutura deste capítulo é imaginação adaptada para o "ensaio" que estamos a fazer sobre viagens no Tempo. No entanto, se todos os diálogos, e o resto, são ficcionados (por ex. Jesus) o da alça só o é na forma. Segundo consta de documentos da época, uma das alças estaria em baixo e foi Amâncio, ou os seus ciúmes, quem exigiu que o Pintor a pusesse no lugar. Abraço

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