©Joaquim Henriques |
E pronto, a noite já caiu e eu já descansei
das palavras da Beatriz. Tive que fazer uma pausa depois daquelas revelações.
Aquilo mexeu comigo, o que é que hei-de fazer?
Remexo nos cadernos e escolho outro. O do
David, pode ser. Ah, olha temos poeta.
David
Caí, sim. Essa
é a melhor definição!
Aterrei
nesta casa, sem saber como…
Alguém fez
as apresentações
E eu lá vim,
à procura de uma refeição
É tudo muito estranho, um virote
A maioria
pavoneia-se
Estão aqui para
ver, e serem vistos
Tal como os
quartos, a mesa é enorme
E todos,
elas e eles, se mostram
Estranho, ou
talvez não
Eu, que não
os conheço de lado algum,
Desfruto do
repasto
À laia de
ressaca, boa!
Da excelente
noite que tive
Dos tetos
madeirados que mirei
E dos ruídos
dos bichos
Que por lá
se alimentavam
Ralado para
os “pozes” que caíam
Ilustrativos
da decadência do sítio
Claro, não
há casa antiga, ilustre e brasonada
Que não tenha
uma farta colónia de caruncho
Respira-se
história por aqui
As madeiras
abundam
E os linhos
dizem presente
Mas, para
mim, recrutado meio alcoólico
E muito mais
que esfomeado
Isto é o
paraíso
Todos se
apresentaram
Mas eu nada
fixei
Nomes,
apelidos e famílias
Que se lixem
todos eles
Para mim é
simples, convidaram-me!
Entendo, foi
depois de uma noite bem bebida
Depois de
muitas conversas
Em que eu
devo ter dito enormidades
Daquelas que
ninguém diz
Porque têm
medo, presos pelas convenções
Mas vá-se lá
saber porquê
Aqui estou eu,
no meio de todos eles
Ressacado, a
ouvir vozes
Sem
conseguir nem tão pouco a tentar
Escutar as
conversas
No topo da
mesa, esbelta e linda
Ela, Helena,
sorri
A única a
quem fixei o nome
Não liga a
ninguém
Repleta de
mesuras e cumprimentos
Mas sem o
brilho nos olhos
Aquele, o
tal
Que nos dá
vida e nos alimenta
Eu posso
estar esquelético
De muitos
dias passados sem comer
E nenhum sem
beber
Mas foda-se,
no meu olhar
Sempre que
me vejo ao espelho
Reflete-se
uma cara, rugosa
Envelhecida
pelos excessos
Mas sempre
com o olhar a brilhar
Sabe-se lá
de onde ele vem
Talvez toda
a energia que consumi
Para ele
tivesse sido encaminhada
Pois, se os
motivos há
Eles devem
estar mortiços
Baços como o
nevoeiro
Aquele que
talvez um dia
De vez,
anuncie D. Sebastião
Gargalha-se
e as mesuras abundam
O primeiro
repasto do dia é farto
E eu
desfruto, reponho energias
Pelo meio
vejo os olhares dela
Separa-nos a
mesa, enorme e farta
Sinto, sei
que ela me vê
Que estranha
o meu silêncio
Contrastante
com o que já foi
Afinal, com
o motivo de estar presente
Mas os
nossos olhos brincam
Quem é o
gato, ou o rato
Ninguém se importa
Sabemos,
depois de tanta pompa
Palavreado e
circunstância
O silêncio
será nosso
Só nosso!
Joaquim Henriques
Li e reli gostei
ResponderEliminarAbraço
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - Já só existem duas vagas!!...
Texto muito inspirado.
ResponderEliminarChapelada!
Uma boa maneira de continuar o conto, fintando a prosa com versos!
ResponderEliminarGostei!
Em qualquer grupo de bons portugueses, há sempre um poeta :) ou não fossemos nós o nobre povo deste jardim à beira mar plantado. Original forma de dar continuidade ao conto.
ResponderEliminarQue maneira original de continuar! gostei muito!
ResponderEliminarSurpreendente, de facto, esta entrada de poesia nos nossos contos.
ResponderEliminarA originalidade também está na forma. Muito bem.
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